Endividamento das famílias volta a subir em fevereiro, aponta CNC
Após dois meses de estabilidade, proporção de famílias brasileiras endividadas cresceu 0,3 ponto porcentual em fevereiro ante janeiro, chegando a 78,3%. Segundo os dados, divulgados nesta quarta-feira (8/3) na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi a maior fatia na pesquisa desde novembro, quando estava em 78,9%.
Neste Dia Internacional da Mulher, foram divulgadas informações desagregadas por gênero, que apontaram que 79,5% das mulheres estavam endividadas em fevereiro, alta de 1,1 ponto percentual em relação a janeiro. Entre os homens, o percentual caiu 0,1 ponto, representando 77,2% dos consumidores.
O estudo também mostra que 30,3% dos consumidores com dívidas atrasadas eram mulheres, enquanto 29,1% eram homens. Por outro lado, são elas que buscam resolver mais rapidamente o problema: enquanto as mulheres ficaram em média 62 dias sem pagar dívidas, os homens permaneceram 63,5 dias com dívidas atrasadas.
A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, elenca algumas peculiaridades que fazem com que a situação financeira das mulheres seja mais difícil que a dos homens. “Somos proporcionalmente mais numerosas na sociedade, mas menos participativas no emprego formal, por exemplo. Há maior predominância da mulher na informalidade, e isso traz maior vulnerabilidade para a renda”, explicou.
Queda na inadimplência
Em contrapartida, a inadimplência diminuiu no mesmo período, de 29,9% para 29,8%. Entre os inadimplentes que não terão condição de quitar suas dívidas, o número permaneceu em 11,6% de janeiro para fevereiro – mas acima de fevereiro de 2022 (10,5%).
O percentual de consumidores com dívidas atrasadas de meses anteriores também caiu entre os mais pobres, entre janeiro e fevereiro, mas avançou 2,1 ponto percentual no ano. O indicador cresceu, na comparação anual, apenas nas duas primeiras faixas de renda, de até três e até cinco salários mínimos.
“Os programas de transferência de renda mais robustos têm suportado os orçamentos desses consumidores com menores rendas mensais. Na comparação anual, porém, o volume de famílias com dívidas atrasadas aumentou em todas as faixas de rendimentos”, disse a responsável pela pesquisa.
Mesmo com as renegociações, a cada 100 consumidores inadimplentes, 44 chegaram a fevereiro com dívidas atrasadas por mais de 90 dias. O tempo médio de atraso dos pagamentos foi de 62,7 dias, o maior desde janeiro de 2021.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
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admin
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